Lucas 10.1-12.
INTRODUÇÃO
– Se Jesus nos convidasse para andar com Ele pela nossa
cidade, por onde Ele nos conduziria? Que pessoas Ele nos apresentaria? O que lhe chamaria a atenção? Que interesses
Ele teria? Quais pessoas Ele observaria?
Com certeza o seu maior interesse seria o de conduzir
pessoas à salvação, visto que o filho do homem veio buscar e salvar o perdido
(Lc 19.10).
Ele considera que uma alma vale mais do que o mundo
inteiro e loucura é não fazer provisão para a eternidade (Lc 12.20).
Com certeza muitos aspectos de nossa cidade seriam
observados por Jesus: a dor das pessoas, a solidão, o desprezo, a injustiça,
mas nada o despertaria mais do que o número de pessoas que ainda não tem seus
nomes escritos no livro da vida.
O Apóstolo Paulo, no mesmo espírito diz que o que mais
importa para uma pessoa é ser nova criatura.
“Nem a circuncisão é coisa alguma, nem a
incircuncisão, mas o ser nova criatura” (Gl 6.15).
Então,
se Ele nos pegasse pela mão e nos conduzisse para anunciar a salvação, veríamos
que Jesus é o mais sábio dos ganhadores de almas. O que ganha almas é sábio
(Pv. 11.30) e Jesus é o mais sábio de todos os ganhadores de almas. Ele é o
melhor modelo que nós temos para anunciar a salvação.
O que este texto nos informa sobre a sabedoria
divina em conduzir almas a Cristo? Vejamos.
I - JESUS TEM UM INSTRUMENTO - OS MENSAGEIROS
Ele,
sendo Deus, sabe que a missão evangelizadora é papel de homens e não de anjos.
Então Ele os envia.
Inicialmente
Ele escolhe doze homens; o número aqui neste texto aumenta para setenta, logo já são cento e
vinte (At 1.15) e depois Ele envia a todos nós (Mt 28.19-20) que diz:
“Ide,
portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e
do Filho, e do Espírito Santo”.
Ele
não escolheu outra ferramenta a não ser a humana. Ele escolheu falar pela nossa
boca de seus arautos, andar com as suas pernas, anunciar o evangelho pela
instrumentalidade de gente como nos, e para esta tarefa não teremos
substitutos.
Se
falharmos em nosso trabalho social, alguém poderá nos substituir; se falharmos
na questão da educação, alguém poderá cumprir esta missão; mas se falharmos na
evangelização, não temos substituto. Talvez seja por isto que Paulo diz:
Ai de mim se não pregar o Evangelho (1 Co
9.16).
Ou pregamos ou o homem se perde totalmente. O mesmo Paulo
anima Timóteo dizendo: Prega a Palavra,
insta, quer seja oportuno, quer não (1 Tm 4.2ª).
Nós somos o melhor instrumento que Jesus tem. Ele envia a
você e a mim. Ele é sábio o suficiente para saber das nossas limitações e
fraquezas, mas também é poderoso para fortalecer as nossas mãos para toda boa obra
(2 Tm 3.17).
Na sua sabedoria Jesus enviou homens para ser ganhadores
de almas.
Este é o ofício que mais dignifica a nossa
humanidade. Ligamos pessoas ao Céu:
“Em
verdade vos digo que tudo o que ligardes na terra terá sido ligado nos céus, e
tudo o que desligardes na terra terá sido desligado no céus.” (Mt 18.18).
Somos pescadores de homens:
“Não
temas; doravante serás pescador de homens” (Lc 5.10).
Você é capaz de ver algo melhor do que isto
para fazer?
II -
JESUS TEM UM ALVO – SALVAR PESSOAS
Os
enviados deveriam ir a todas as cidades, entrar em cada vila, cada casa e
anunciar a todas as pessoas (v.1, 5,8). Este é o sentido de Marcos 16.15: Jesus
nos enviar a pregar a toda criatura. O sentido é alcançar criatura por criatura
até alcançar todas elas.
Ele
mesmo nos dá o exemplo pois o encontramos nos montes, nas praias, nas ruas, nas
portas das cidades, no templo, na sinagoga, nas casas das pessoas. Para Ele a
salvação precisa entrar em todo e qualquer lugar.
Jesus
inicia um trabalho local (Israel), mas a sua visão é internacional. Foi esta a
visão de John Wesley, que disse: A minha
paróquia é o mundo.
Para
Jesus não pode haver um só recinto que não seja alvo de sua missão.
Devemos
olhar para a nossa cidade com os olhos de Deus é ver Jesus em todos os lugares.
Onde
Jesus nos levaria? Jesus nos levaria à casa do vizinho, dos amigos, dos
inimigos, dos grandes e dos pequenos. Todos os lugares seriam agraciados por
Jesus.
Onde
houvesse uma pessoa que não conhecesse Jesus, ali Ele nos enviaria. Nos
Evangelhos Ele vai ao encontro de todas:
·
As crianças Ele as toma nos braços (Lc.
18:15-17).
·
As mulheres são respeitadas e amadas (Jo
4:1-30).
·
Os idosos são honrados e cuidados (Jo.
3:1-15).
·
Os pecadores são aceitos (Lc. 7:36-50).
·
Os fariseus são exortados (Lc. 7:44-47).
Qualquer
pessoa pode ser transformada em um filho de Paz (Lc 10.6). Um coração com Jesus
é um missionário, uma pessoa sem Ele é um campo missionário. Que apreço o
Senhor Jesus tem por todas as pessoas. Imaginemos o Senhor Jesus olhando para
as pessoas que nos cercam. Ele as ama muito e através de nós quer ir encontro
delas.
III - JESUS TEM UMA MENSAGEM – O
EVANGELHO DO REINO.
A
mensagem deveria incluir dois temas:
O primeiro
é da paz (v.5 e 6).
Esta mensagem tem dois sentidos: um imediato, pois o
coração que encontra Jesus encontra uma paz que ninguém pode tirar.
A
paz já se instala no coração do convertido, que excede todo o entendimento.
O texto pode estar falando também da paz eterna,
selada na cruz entre Deus e o homem. O Evangelho é o Evangelho da paz (Ef 2.17).
O segundo
tema é o da urgência da salvação (v.9): O reino de Deus está próximo.
Observemos
que os mensageiros precediam Jesus nas cidades onde Ele estava para ir (v.1). A
nossa função é dizer que o rei está vindo atrás de nós, acompanhando a mensagem
salvadora que pregamos. Avisamos aos homens que o noivo está à porta.
Deve haver em cada um de nós um sentido de urgência
redentora.
Jesus
chama a atenção dos seus discípulos quanto à ceifa. Esta está mais perto do que
nunca (João 4.35-38) Se a ceifa está próxima, então os ceifeiros precisam estar
a postos, e por estes devemos rogar (v.2).
Esta urgência faz com que os enviados não sejam entretidos
no caminho.
Eles
não deveriam levar bolsas e nem deveriam saldar aos que encontrassem pelo
cominho (v.4), isto é, nenhum lastro econômico ou emocional os poderia impedir
de caminhar com força e urgência.
Eles deveriam
se desembaraçar do peso e do pecado que com tenacidade nos toma e tira de nós a
motivação para avançar (Hb. 12.1-2).
O Reino de Deus está próximo, Jesus
está voltando. Esta é a mensagem principal e nada deverá nos tirar deste
objetivo (v.11). Se a igreja falhar, ninguém mais poderá fazer a obrar,
enquanto é dia.
O que Jesus conversaria com as pessoas
de nossa cidade? Com respeito à salvação de suas almas.
Nada interessa mais a Jesus do que a salvação
de uma pessoa. O filho do homem veio buscar e salvar o perdido, a sua alegria é
que nomes sejam arrolados nos céus (v.20).
Somos
designados para precedê-lo na mensagem salvadora. Somos os trabalhadores da sua
seara, somos as ovelhas no meio dos lobos, somos os mensageiros de paz.
De
fato, Jesus anda em nossa cidade através de nós; Ele ama a nossa cidade através
de nós e fala à nossa cidade através de nós.
IV - JESUS TEM UMA ESTRATÉGIA
Quase
tudo está pronto para a tarefa de ganhar almas. Quase tudo, pois ainda falta a
estratégia.
Os
enviados deveriam seguir um plano de ação que tinha os seguintes passos:
Deveriam ir de dois a dois – Formariam trinta
e cinco duplas. Assim eles atingiriam mais lugares ao mesmo tempo e estando em
dupla haveria um apoio emocional (um incentivaria o outro); um apoio espiritual
(um oraria, mesmo que em espírito, enquanto o outro falava); e se necessário um
completaria a mensagem do outro. Talvez seja por isto que os evangelistas,
pregadores, missionários, gideões, não saem sozinhos. Talvez o Espírito Santo
nos impulsione a andarmos juntos, unidos, para que nos fortaleçamos mutuamente.
Os mensageiros também deveriam comer o que
lhes fosse oferecido. Aqui Jesus atacaria a questão do sustento. Ele afirma que
a comida seria oferecida pelos ouvintes e que por isso não deveriam levar bolsa
ou alforje, ou qualquer provisão. Deus os sustentaria.
Deus sempre nos dará condições de fazer a
obra. O seu sustento nunca nos faltará. Mesmo que achemos que temos investido
do nosso dinheiro, devemos ter em mente que tudo vem de Deus.
Deus sempre nos dará condições de investir em
sua obra. Ele sempre nos sustentará. A obra é dele, o sustento é dele, o
interesse é dele. Basta a nós a disposição para trabalhar pois a estratégia é
do próprio salvador. O que ganha almas é
sábio, por isso, aos pés de Cristo, sempre terá uma estratégia para alcançar os
que precisam de salvação.
CONCLUSÃO / APLICAÇÃO
Após
esta incursão evangelizadora, os discípulos voltam para Jesus (v.17). Eles
trabalharam muito, mas não demonstram tristeza ou cansaço, pelo contrário, eles
estão felizes (v.17).
Estão felizes como cada um de nós após um
dia de trabalho, de evangelização, de distribuição das Escrituras, de oração e
serviço espiritual. Neles e em nós se cumpre o Salmo 126: 4 e 5:
“Os que com
lágrimas semeiam com júbilo ceifarão. Quem sai andando e chorando enquanto
semeia, voltará com júbilo, trazendo os seus feixes”.
Haverá sempre muita alegria, um senso de
realização, no coração de quem caminhou com Jesus, em obediência, pelas ruas da
cidade.
Perguntemos a nós mesmos onde Jesus nos
levaria esta semana, com quem falaria o que falaria com que amor buscaria uma
ovelha?
Tomemos a decisão de nos deixarmos guiar pelo
coração de Jesus, de enxergamos com os seus olhos, de andarmos com suas pernas.
Olhemos o mundo com os olhos do próprio Salvador Jesus
Jesus é o mais sábio dos
ganhadores de almas, e com Ele devemos andar.
Pr. Luiz César Nunes
de Araújo