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DEVE HAVER TEOLOGIA NO CULTO




          Se você fosse convidado para dirigir o culto do próximo domingo em sua igreja, que cuidados tomaria? Quais seriam as suas maiores preocupações? Em que você prestaria mais atenção? O meu conselho é que você seja muito criterioso em observar se em cada parte do culto há teologia, isto é, se há base bíblica para desenvolvê-la.

Muitos tomam providências somente com a parte técnica e estrutural, com quem vai tocar, cantar, recepcionar os visitantes. Tudo isso é muito importante, mas se não houver uma consonância com a Palavra de Deus, tudo pode se perder. Deve haver teologia em todas as partes do culto. O culto precisa ser organizado em harmonia com os princípios das Escrituras.

O culto é oferecido a Deus, e a Palavra de Deus diz como Ele quer ser adorado. É impressionante que na aliança vétero-testamentária Deus aponta a forma como quer ser adorado. Não depende da vontade do homem mas dos preceitos de Deus (Ex. 29:38-46). O culto cristão conta com a liberdade do Espírito, mas deve ser dentro dos parâmetros da Palavra de Deus. Na conversa de Jesus com a samaritana, Jesus fala da essência deste culto que deve ser, mais do que físico, deve ser espiritual (Jo 4:23,24). Paulo no mesmo sentido nos ajuda com a seguinte afirmação: Porque nós é que somos a circuncisão, nós que adoramos a Deus no Espírito, e nos gloriamos em Cristo Jesus, e não confiamos na carte ( Fl. 3:3).

A confissão de Westminster diz que o modo aceitável de adorar o verdadeiro Deus é instituído por Ele mesmo, e é tão limitado pela sua própria vontade revelada que Ele não pode ser adorado segundo as imaginações e invenções dos homens, ou sugestões de Satanás, nem sob qualquer representação visível, ou de qualquer outro modo não prescrito nas Santas Escrituras.  São sábias as palavras de H. Costa quando nos incentivam a prestar muita atenção no conteúdo do culto e não somente na forma:

Por mais impressionante que seja a adoração planejada pelo homem, se ela não for dirigida por Deus, através do Seu Espírito, não será aceita; não passará de tentativa de uma boa obra humana no afã de conseguir o favor divino. O culto ao Senhor não pode ser ao nosso bel prazer, como quis Jeroboão e, também, de certa forma Uzias, pois Deus o rejeita (1Rs 12:33-13.5; 2 Cr. 26:16-21). Se queremos agradar ao Senhor através do culto somente a Ele devido, devemos procurar saber através da sua Palavra como Ele deseja ser cultuado.


            Então, se você for dirigir o culto, tome o cuidado de preenche-lo o culto com a Palavra de Deus. Tenha cuidado com três pontos essenciais:

I – O CUIDADO COM O PREGADOR

            Cada pessoa que prega o Evangelho responderá perante Deus pelo seu Ministério. Cada um deve ver como edifica e trabalhar como um prudente construtor (1 Co. 3:10). No entanto, devemos nós, os pastores e dirigentes do culto, tomar muito cuidado com os pregadores que convidamos para pregar no culto em nossa igreja. Antes de convidarmos devemos saber quem é o pregador, a que igreja ele pertence, e qual a sua linha teológica. Ele tem uma vida bonita diante de Deus? Alguém já o ouviu pregar e o indica? Não nos esqueçamos que basta apenas uma mensagem não bíblica para desequilibrar uma igreja. Os pregadores são responsáveis por aquilo que pregam, mas os que os convidam se tornam cúmplices de suas mensagens. Tomemos o cuidado de consultar sempre o nosso pastor ou os demais líderes da igreja antes de convidarmos alguém para pregar.

II – O CUIDADO COM A MÚSICA

            Algumas igrejas até são cuidadosas com a escolha dos pregadores, mas não o são com a escolha das músicas a serem cantadas. Há tanta ausência de teologia hoje em dia nas músicas. Quantas músicas destacam apenas o que estamos “sentido” em detrimento do que Deus está ordenando. Há uma preferência obsessiva por músicas que falam de “vitórias”, que esquecem que podemos experimentar a fraqueza, a tristeza e a dor (Rm. 8:31-39; 2Co 6:4-10). Quantas músicas não falam da história da salvação, não destacam o amor sacrifical de Cristo por nós. Ainda há muitas letras musicais cujo centro é um “rio”, ou uma “unção”, termos estes usados sem auxílio hermenêutico e sem coerência bíblica.

Para corrigirmos este ponto eu tenho algumas sugestões:

1. Escolhamos pessoas amadurecidas espiritualmente e que tenham um conhecimento das doutrinas bíblicas da fé cristã para dirigir as músicas na igreja.

2. Escolhamos as músicas a serem cantadas cuidadosamente. Para este trabalho é bom contar com a ajuda do pastor da igreja ou uma pessoa com um bom discernimento bíblico.

3. Usemos mais os hinos dos nossos hinários. Quase todos eles já passaram por um crivo teológico e durante centenas de anos têm sido uma bênção para as igrejas. Se alguém achar que os hinos dos hinários são muito antigos, devem se lembrar que a Bíblia também o é e ela nunca perdeu a sua relevância para a igreja.

4. Devemos evitar sermos consumidores do capitalismo evangélico gospel. Não temos que cantar uma música porque todos estão cantando ou porque é um sucesso. Existe uma indústria musical faturando alto, sem a preocupação com o conteúdo e a teologia da música. Alguns cantores são tratados como ídolos e são referência para a histeria, os assovios, os aplausos e as aclamações.

O capitalismo, sob a camuflagem cristã, penetrou no seio da igreja. Hoje temos “planos de saúde evangélicos”, “cartão de credito evangélico”, “Shopping evangélico” “Fã Clube evangélico” e etc. Os cachês de alguns artistas são altíssimos e muitas das “estrelas evangélicas” não cantam sem o pagamento antecipado dos cachês” (Extraido).

Não somos consumidores, somos adoradores e como tal, não devemos subjugar a liturgia da igreja ao apelo da maioria consumista.

III – O CUIDADO COM OS MODISMOS

            Algumas vezes podemos ser levados a adotar um sistema de culto sem refletirmos bem. Talvez por observarmos que em outras igrejas estes sistemas ou métodos têm trazido resultados. Não nos enganemos neste ponto. O evangelho é puro e simples e é assim que devemos expressá-lo em nosso culto. Deus não aceita um culto que contrarie a sua Palavra. Nem toda liturgia será aceita por Ele. Jesus assevera que muitas orações, em última instância, não eram feitas a Deus (Mt. 6:5-8).
Dentre os modismos comuns hoje em dia destaco três:

1. O Show-Culto –  É o culto que deseja agradar ou satisfazer o desejo das pessoas em detrimento da vontade de Deus. Nestes “cultos” não existem adoradores, existem “artistas” e “plateia”. O que falta em conteúdo nestas reuniões sobra em assovios, gritos, pulos e aeróbica. Novamente nos ajuda H Costa:

Não tentemos manipular Deus para os nossos interesses pessoais. Deus não se presta a isso. Ele é o Senhor e o Juiz. A falta do temor de Deus é que tem em muitas ocasiões nos conduzido à irreverência e irresponsabilidade (Sl. 111:10; Pv. 9:10) H.Costa.

2. Culto Judaico – O apóstolo Paulo orienta que não devemos nos prender ao judaísmo. Ninguém deve ser julgado por causa da comida, bebida, dia de festa, lua nova ou sábados (Cl. 2:16). Tudo isso era apenas como uma sombra do que haveria de vir (v. 17). Em algumas igrejas o culto judaico está de volta. Cerimônias como: Páscoa, Festa do Tabernaculo, Bênção sobre o filho mais velho, Cerimônia de Rute, dentre outras, não passam de lixo litúrgico para a igreja (Gl. 4:3) não acrescenta nada à sua fé e à caminhada cristã.

3. A numerologia – É lamentável o uso simbólico que alguns fazem dos números hoje em dia. “Grupo dos 12”, “40 dias de Propósito”, “21 dias de Jejum”, “7 dias de consagração”, são exemplos de como alguns que tentam encontrar valores espirituais nos números. A simplicidade do evangelho não admite a atribuição de valor a qualquer número. Jamais encontraremos um só versículo no Novo Testamento que sustente tal prática.  Fazer isso seria se aproximar do espiritismo e se distanciar do culto racional (Rm. 12:1).

            Há teologia em todas as partes do culto, por isso não podemos deixar passar desapercebido algum elemento que esteja em desencontro com a Bíblia.  Calvino contribui com este pensamento:

Deus não quer que seu legítimo culto seja profanado mediante ritos supersticiosos... A vontade do nosso Deus, entretanto, é que o “temor” e a reverência com que o adoramos devem ser regulados pela sua Palavra e Ele não exige mais que uma mera obediência. Precisamos ter o testemunho de sua vontade para seguirmos e submeter-nos àquilo que nos tem ordenado. É assim que a adoração a Deus será aprovada. A obediência é a base de toda a verdade religiosa. Deus só é corretamente servido quando a sua lei é obedecida.         
                      
                    

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Pr. Luiz César : DEVE HAVER TEOLOGIA NO CULTO
DEVE HAVER TEOLOGIA NO CULTO
Pr. Luiz César
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