No
quarto dia da criação nasceu o sol, no último dia deste mundo que conhecemos,
Deus o apagará. Na nova cidade não haverá mais necessidade dele. Deus mesmo
brilhará sobre o novo céu e a nova terra (Ap 21.23; 22.5). O sol cumprirá o seu
ciclo de vida.
Os salvos são na Bíblia muitas vezes
comparados ao sol. Os que amam ao Senhor brilham como o sol quando se levanta
no seu esplendor (Jz 5.31). O nosso Senhor Jesus assegura que os justos
resplandeceriam como o sol no reino de seu pai (Mt. 13.43). Somos informados
que a vida bonita, a vida consagrada, a prática das boas novas, é que fazem
brilhar no salvo a glória de Deus (Mt. 5.14-16).
Até mesmo Deus em seu esplendor é comparado ao
sol algumas vezes. Davi declara que Deus é sol e escudo, fazendo alusão à
segurança que se tem durante o dia em tempos de perigo (Sl 84.11). Na visão que
João tem de Cristo no céu, Ele é descrito como aquele cujo rosto brilhava como
o sol em toda a sua força (Ap 1.16). No entanto, não devemos nos iludir como
alguns que passaram a adorar o sol como se ele fosse uma entidade espiritual.
Gente de Deus adorou ao sol com as costas voltadas para o templo do Senhor (Ez.
8.16). O sol é apenas criação, é apenas um reflexo de Deus, uma pequena amostragem
do seu poder e força. O sol morrerá, Deus não; o sol se apagará, Deus jamais.
É nesta segurança que seremos seguros quando o
sol se converter em trevas e não houver luz alguma sobre a terra (At. 2.20).
Jesus continuou sendo Senhor quando houve trevas sobre a face da terra quando
Ele padecia na cruz (Lc 23.44). O
universo inteiro se desintegrará, mas o nosso Deus permanecerá para sempre (Mt
24.35; 2 Pe 3.10). Um poeta foi muito
feliz ao dizer: creio em ti porque
enquanto é noite aqui, é dia aí. O Salmista nos informa que Deus habita na
luz, mas também no abismo, certamente até no abismo de nossa alma, nos tempos
sem luz, sem direção. As trevas não são escuras para Deus. Para Deus as trevas
e a luz são a mesma coisa (Sl 139.8-12).
Que
desafios grandiosos temos então abaixo do sol: devemos andar como que estando
sempre de dia, abandonando tudo o que se faz de errado no lusco fusco, na escuridão,
escondido dos homens, mas não de Deus. O dia vem chegando, diz Paulo; a
verdadeira luz, o próprio Senhor Jesus, se aproxima. Abandonemos as obras das
trevas e andemos como em pleno dia (Rm 13.11-14).
Temos
também a necessidade de tão somente refletirmos a luz de Deus e nunca, jamais,
querermos brilhar. Somos refletores da luz divina. Ninguém tem luz própria,
ninguém é grande, ninguém entre os humanos deve ser louvado, adorado e venerado.
Quiseram um dia colocar João Batista em uma posição que não era dele. Ele não
aceitou. Humildemente este homem disse: convém que Jesus cresça e eu diminua
(Jo 3.30). Ele era apenas uma tocha, uma pequena luz. João não era a luz, mas
veio para que testificasse da luz (Jo 1.9). A nossa pequena luz deve ser
gastada para que o brilho em nós seja somente o reflexo da luz do Senhor. Deus não usará uma pessoa que quer alumiar
sem arder, quer arder sem gastar-se, sem consumir-se e sem extinguir-se.
Finalmente temos a necessidade de ser guiados
por Deus quando não existir luz aqui. Existem dias difíceis para valer;
deixemos o Senhor nos conduzir. Nestes dias apeguemo-nos à sua palavra que é
lâmpada para os nossos pés e luz para o nosso cominho (Sl 119.105). Na cidade
de Deus, na qual já habitamos pela fé, a qual é nossa por promessa e herança,
não precisa da luz do sol, só da luz de Deus. O sol morrerá, mas o nosso Deus
brilhará eternamente. Louvado seja o nome do Senhor.
Pr. Luiz César Nunes de Araújo.