1 Reis 13.1-33.
Eu tenho
raiva deste velho profeta que morava em Betel nos tempos do rei Jeroboão, de
Israel. Ele é, aos meus olhos pecadores, um homem indigno. Não entendo como uma
pessoa assim carregava antes do seu nome, o título de profeta. Ele
ardilosamente, com mentiras, engana o servo do Senhor que viera de Judá a
Israel, em nome de Deus, para repreender Jeroboão, que por sua vez ensinava a
Israel a pecar contra o Senhor.
O jovem profeta era um homem de Deus (1 Rs 13.1); ele tinha uma missão bem definida: repreender Jeroboão e voltar para casa pelo mesmo caminho da vinda e não deveria nem comer e nem beber nada (1 Rs 13.8). Ele, no entanto, é enganado, persuadido pelo carisma de um velho profeta, que diz ter recebido também de Deus uma mensagem diferente. Diz ele: Também eu sou profeta como tu, e um anjo me falou por ordem do Senhor, dizendo: Faze-o votar contigo a tua casa, para que coma pão e beba água. Porém mentiu-lhe (1 Rs 13.18).
Sempre me pergunto a razão de tudo isso. Pode Deus estar por traz de todo este enredo? Qual a razão do Senhor permitir esta intervenção tão danosa deste profeta, que não foi achado digno para repreender a Jeroboão, precisando Deus trazer alguém de longe para fazê-lo?
A resposta só pode ser sim. Sim, Deus está por trás de tudo. E qual a lição que temos neste episódio? Eu vejo uma somente: Ninguém pode ir além do que Deus determinou. O jovem profeta, conquanto enganado por um homem ardiloso, pecou contra o Senhor, desobedeceu às suas ordens, razão pela qual foi comido por um leão enquanto voltava para casa (1Rs 13.24).
Deus é zeloso pela sua palavra. Nem mesmo um anjo, como insinuou o velho, poderia fazer um servo do Senhor ultrapassar os limites do que Deus determina. Paulo, que é maduro na fé, fala que ninguém deve prestar atenção a qualquer mensagem, vinda de anjos ou homens que seja diferente do que Deus já havia revelado (Gl 1.8). O evangelho de Jesus não poderia ser proclamado de maneira diferente em qualquer época ou circunstância.
Devemos agradecer a Deus pelos nossos líderes, pela dedicação deles, pelo zelo com que nos instruem, mas eles jamais devem tomar o lugar que é só de Deus. Entre nós e Deus não deve haver intermediários, mediadores, mesmo que seja um profeta do Senhor, ou um anjo; mesmo que sejam nossos pastores, pais, cônjuges e filhos. Devemos olhar para Deus sem uma única nuvem entre nós e Ele. O nosso contato com Deus é direto, através de Cristo, e nos marcos de sua revelação escrita que é Bíblia Sagrada.
Se este profeta tivesse sido fiel tão somente a Deus, ele não teria tido um fim tão trágico e não teria passado pela história como um desobediente, especialmente depois de um feito tão corajoso no palácio do rei de Israel.
Um cuidado que tenho tido e até ensinado é o de receber a ministração dos homens, seja com pregações, aconselhamento, devocionais, mas jamais deixar de conferir se tudo isso vem direto da Palavra de Deus, se há uma boa análise, se os princípios divinos estão sendo obedecidos.
Há profetas, pastores e pastoras, bispos, apóstolos, padres, e muita gente lá fora, falando em nome de Deus e de anjos. Ouça-os, mas confira tudo com o que Deus já nos revelou em sua Palavra. Há um leão lá fora, Satanás, o inimigo de nossas almas, devemos ser precavidos e andar no limite de Deus, na segurança de sua sombra para não termos um final infeliz.
Que Deus nos ajude.