A aproximadamente três mil e
quatrocentos anos atrás Jó está brigando com Deus. Ele acabara de perder seus
dez filhos, seu rebanho fora saqueado e ele está muito doente. Homens se postam
ao seu redor, para falar e para ouvir.
Em uma das vezes em que Jó toma a palavra, ele protesta contra a
severidade de Deus com as seguintes perguntas: Tens tu olhos de carne? Acaso,
vês tu como vê o homem? São os teus dias como os dias do mortal? Ou são os teus
anos como os anos de um homem, para te informares da minha iniquidade e
averiguares o meu pecado? (Jó 10.4-6). De fato, naquele tempo Deus não tinha
olhos humanos para ver, nem uma natureza humana para morrer. No entanto,
enviando Jesus, mil e quatrocentos anos depois, Deus respondeu a Jó e a todo
homem. Ele veio até nós, nascido de mulher (Gl 4.4) e reconhecido em forma
humana (Fl 2.7). Ele foi homem de dores (Is 53.3) e sofreu até a morte e morte
de cruz (Fl 2.8). Tudo isso para se fazer entender ao homem mortal; para nos
ensinar o caminho até o Pai celeste (Jo 14.6); para nos purificar de todo o
pecado (1 Jo 1.9) e para derrubar todas as barreiras que nos separavam do Deus
Santo. Ele habitou entre nós para que conhecêssemos a graça de Deus que agora
tem olhos e presença humana (Jo 1. 14).
Se Jó fizesse estas tão instigantes perguntas
hoje, responderíamos: sim. Deus em Cristo teve olhos de carne, viu como o homem
vê e teve seus dias como um mortal e pode informar a todo homem de sua
iniquidade, e ainda mais, pode livrar o homem do seu pecado e do inferno
eterno. Louvado seja o nome do Senhor.