No
Catecismo Maior da Igreja Católica, na sua Oitava Edição (Editoras Vozes, Paulinas,
Loyola e Ave Maria), de 1998, no que tange a Maria ter permanecido virgem,
mesmo depois do nascimento de Jesus, diz assim em sua página 124.
“O
aprofundamento de sua fé na maternidade virginal levou a igreja a confessar a
virgindade real e perpétua de Maria, mesmo no parto do Filho de Deus feito
homem...A liturgia da Igreja celebra Maria como a “Aeiparthenos”,
“sempre-virgem”. E continua:
A isto
objeta-se por vezes que a Escritura menciona irmãos e irmãos de Jesus. A Igreja
sempre entendeu que essas passagens não designam outros filhos da Virgem Maria:
com efeito, Tiago e José, “irmãos de Jesus” (Mateus 13.55), são os filhos de
uma Maria discípula de Cristo que significativamente é designada como “a outra Maria”
(Mateus 28.1). Trata-se de parentes próximos de Jesus, consoante uma expressão
conhecida do Antigo Testamento.”
Pois
bem. Analisemos agora estas frases do Catecismo à luz da Bíblia Católica de
Jerusalém:
A Bíblia de Jerusalém se refere pelo menos umas dez vezes aos irmãos de
Jesus. Vejamos:
Mateus 12.46- Estando ainda a falar às multidões, sua mãe e seus irmãos
estavam fora procurando falar-lhe.
Mateus 13.55- Não é ele o filho do carpinteiro? Não se chama a mãe dele
Maria e os seus irmãos Tiago, José, Simão e Judas?
Marcos 3.31- Chegaram então sua mãe e seus irmãos e, ficando do lado de
fora, mandaram chamá-lo.
Marcos 6.3- Não é este o carpinteiro, o filho de Maria, irmão de Tiago,
Joset, Judas e Simão?
Lucas 8.19- Sua mãe e seus irmãos chegaram até ele, mas não podiam
abordá-lo por causa da multidão.
João 2.12- Depois disso, desceram a Cafarnaum, ele, sua mãe, seus irmãos
e seus discípulos, e ali ficaram apenas alguns dias.
João 7.3,5 – Disseram-lhe, então, seus irmãos: “Parte daqui e vai para a
Judéia, para que teus discípulos também vejam as obras que fazes, ... Pois nem
mesmo os irmãos criam nele.
Atos 1.14- Todos estes, unânimes, perseveravam na oração com algumas
mulheres, entre as quais Maria, a mãe de Jesus, e com seus irmãos.
1 Coríntios 9.5- Não temos o direito de levar conosco, nas viagens, uma
esposa cristã, como os apóstolos e os irmãos do Senhor e Cefas?
Gálatas 1.19- Não vi nenhum apóstolo, mas somente Tiago, o irmão do
Senhor.
Meus comentários:
1 - Maria não é mãe da Igreja porque a Bíblia não diz que ela o é.
Ainda que Maria tenha sido a progenitora, a mãe biológica de Jesus, em nenhum lugar das Escrituras se diz que ela é mãe da igreja. A igreja tem um Pai conforme vemos aproximadamente 250 vezes no Novo Testamento. Sobre a igreja ter uma mãe a Bíblia não fala nenhuma vez. Se Maria fosse a mãe da igreja não seria razoável que pelo menos uma vez aparecesse esta afirmação nas Escrituras? Em Efésios 3.14 e 15 se diz assim: Por essa razão dobro os joelhos diante do Pai, de quem toma o nome toda a família no céu na terra. Vejam: toda a família, no céu e na terra, tem um pai. Não há qualquer menção a ela ter também uma mãe.
2 - Maria
não é mãe da Igreja porque ela não gerou a igreja
– No nascimento da Igreja, em
Atos 2, Maria simplesmente fazia parte dos que oravam. No verso 14 se diz:
Todos estes, unânimes, perseveravam na oração com algumas mulheres, entre as
quais Maria, a mãe de Jesus, e com seus irmãos. O fato de Maria estar orando no
dia em que o Espírito Santo veio e fundou a igreja, não a torna mãe desta
igreja. Os demais que também oravam juntos não foram considerados seu pai.
Maria se tornou parte da igreja, como os demais, mas jamais há qualquer menção
neste dia de Pentecoste, bem como em qualquer outra porção da Bíblia, que ela
teria sido escolhida como mãe desta mesma igreja.
3 - Maria
não é mãe da Igreja porque a igreja não precisa de seu ministério.
Em nenhum lugar na Bíblia Católica de Jerusalém há uma previsão, ou profecia, ou revelação de que a igreja precisaria de uma mãe. A igreja já está totalmente suprida com o ministério da Trindade Santa. O Pai cuida de sua igreja e ouve as suas orações (Efésios 3.14-16); o Filho a restaura e a purifica com o seu sangue (Efésios 5.22-29); o Espírito a assiste em sua caminhada histórica (João 16). Tudo o que a igreja precisa ela encontra na Trindade Santa e na orientação das Escrituras Sagradas.
Se Maria fosse a mãe da igreja, os Apóstolos não deveriam dar maior importância à sua pessoa, especialmente por que eles conviveram com ela? Os escritores do Novo Testamento não deveriam falar sobre isso? O livro de Apocalipse não deveria apresentá-la no Céu ao lado do Pai e do Filho? Mas há um silêncio total na Bíblia de Jerusalém sobre isso. A razão é simples: a igreja está totalmente suprida em suas necessidades pela Trindade.
Em nenhum lugar na Bíblia Católica de Jerusalém há uma previsão, ou profecia, ou revelação de que a igreja precisaria de uma mãe. A igreja já está totalmente suprida com o ministério da Trindade Santa. O Pai cuida de sua igreja e ouve as suas orações (Efésios 3.14-16); o Filho a restaura e a purifica com o seu sangue (Efésios 5.22-29); o Espírito a assiste em sua caminhada histórica (João 16). Tudo o que a igreja precisa ela encontra na Trindade Santa e na orientação das Escrituras Sagradas.
Se Maria fosse a mãe da igreja, os Apóstolos não deveriam dar maior importância à sua pessoa, especialmente por que eles conviveram com ela? Os escritores do Novo Testamento não deveriam falar sobre isso? O livro de Apocalipse não deveria apresentá-la no Céu ao lado do Pai e do Filho? Mas há um silêncio total na Bíblia de Jerusalém sobre isso. A razão é simples: a igreja está totalmente suprida em suas necessidades pela Trindade.
4 - Maria
não é mãe da Igreja porque ela não pode ajudar a igreja na condição em que se
encontra.
No Catecismo Católico, na página 234 se diz: Depois de encerrar o curso de sua vida terrestre, a Santíssima Virgem Maria foi elevada em corpo e alma à glória do Céu, onde já participa da glória da ressurreição de seu Filho, antecipando a ressurreição de todos os membros do seu corpo.
Pois bem; o que se estranha nesta posição do Catecismo é a ausência de qualquer referência bíblica. Quando Jesus foi ao Céu a Bíblia é categórica: Dito isto (Jesus) foi elevado à vista deles, e uma novem o ocultou a seus olhos (Atos 1.9). Sobre Ele ainda afirma Pedro nos diz: Tendo subido ao Céu, está à direita de Deus, estando-lhe sujeito os anjos, as Dominações e as Potestades (1 Pedro 3.22). Isso não é falado a respeito de Maria. O fato é que Maria encontra-se, junto dos demais salvos, aguardando o cumprimento de todas as coisas. O seu corpo ainda não está glorificado; ela aguarda a ressurreição. Ela não está em uma condição de ouvir qualquer oração e muito menos de interceder pelos seus.
No Catecismo Católico, na página 234 se diz: Depois de encerrar o curso de sua vida terrestre, a Santíssima Virgem Maria foi elevada em corpo e alma à glória do Céu, onde já participa da glória da ressurreição de seu Filho, antecipando a ressurreição de todos os membros do seu corpo.
Pois bem; o que se estranha nesta posição do Catecismo é a ausência de qualquer referência bíblica. Quando Jesus foi ao Céu a Bíblia é categórica: Dito isto (Jesus) foi elevado à vista deles, e uma novem o ocultou a seus olhos (Atos 1.9). Sobre Ele ainda afirma Pedro nos diz: Tendo subido ao Céu, está à direita de Deus, estando-lhe sujeito os anjos, as Dominações e as Potestades (1 Pedro 3.22). Isso não é falado a respeito de Maria. O fato é que Maria encontra-se, junto dos demais salvos, aguardando o cumprimento de todas as coisas. O seu corpo ainda não está glorificado; ela aguarda a ressurreição. Ela não está em uma condição de ouvir qualquer oração e muito menos de interceder pelos seus.
Por
estas e outras razões é que podemos afirmar que a Bíblia Católica, e em
especial a Bíblia de Jerusalém, não apoiam e não corroboram com as afirmações
do Catecismo da Igreja Católica ao dizer que Maria é a mãe da Igreja. Não,
Maria nunca foi, não é e nunca será a mãe da Igreja.